Bondes e Trólebus.
Inicialmente foram inauguradas poucas linhas de trólebus, já que
parte do lote de veículos e de equipamentos ficou retido no Porto de
Santos durante os primeiros anos de funcionamento do serviço. Além
disso, como os bondes circulavam por Santos e pelas características
técnicas dos trólebus, o então S.M.T.C. (Serviço Municipal de
Transportes Coletivos) instalava linhas de trólebus em ruas e avenidas
onde não havia o trânsito de bondes, salvo algumas inevitáveis exceções.
Apesar de tanto os trólebus e bondes serem movidos à eletricidade em corrente contínua, a voltagem
dos dois sistemas era diferente: os trólebus utilizam dois fios: o pólo
positivo e o negativo; já o bonde, o sistema utiliza apenas um fio, o
pólo positivo, sendo os trilhos, o pólo negativo. Então em muitas ruas
estreitas não era tecnicamente viável a instalação de bondes e trólebus
juntos, devido a grande quantidade de fios que seria necessário. Por
isso, as primeiras linhas de trólebus cobriam ruas e avenidas onde não
havia bondes. Mas havia alguns pequenos trechos onde havia trólebus e
bondes juntos, como na avenida Bartolomeu de Gusmão entre a rua Osvaldo
Cruz e avenida Conselheiro Nébias; avenida Washington Luiz, entre as
ruas Martim Francisco e Dr. Carvalho de Mendonça; Praça da
Independência, e diversos outros locais, onde havia o cruzamento das
redes aéreas.
Entre 1963 e 1971 houve uma grande diminuição nas linhas de bondes,
culminando com a extinção do serviço em 28 de Fevereiro de 1971. Apesar
disso, neste período não foi adquirido mais nenhum trólebus, e ao invés
disso, foram adquiridos muitos ônibus à diesel de fabricação
Mercedes-Benz.
A partir de 1971, Santos apenas contava com ônibus e trólebus em seu transporte coletivo.
Linha Inaugural.
A linha 5, a linha inaugural, tinha o seguinte itinerário: Ida: Rua
Martim Afonso, Rua João Pessoa, Rua da Constituição, Praça Padre
Champagnat, Rua Carvalho de Mendonça, Av. Washington Luiz, Rua
Embaixador Pedro de Toledo, Av. Dr. Epitácio Pessoa, Av. Almirante
Cochrane, Praça Visconde de Itaboraí. Volta: Av. Almirante Cochrane, Av.
Dr. Epitácio Pessoa, Rua Embaixadornota 1
Pedro de Toledo, Av. Washington Luiz, Rua Almeida de Moraes, Rua da
Constituição, Rua Bittencourt, Rua Martim Afonso, esquina com Amador
Bueno.
O preço da tarifa era a mesma dos ônibus: Cr$ 40,00 (quarenta cruzeiros).
Cronologia.
Em 1963 foi inaugurada a linha 5 em 12 de Agosto.
Em 1964 foi inaugurada a segunda linha, de número 53, no dia 3
de Agosto. Apelidado de "O Trólebus do Orquidário", também seguia pela
avenida Washington Luiz, só que seguindo em direção ao José Menino com
ponto final junto ao famoso ponto turístico.
Já em 1965, foi inaugurada a terceira linha, de número 54, em 5 de Março, também com itinerário pela avenida Washington Luiz, desta vez com destino ao Ferry Boat.
Em 1966 foi inaugurada a linha 8 de trólebus, no dia 21 de
outubro, que englobou o itinerário de três linhas de bonde: 5, 8 e 15,
indo até o Macuco, via Mercado.
Em 1.º de dezembro de 1966 os bondes deixavam de circular na avenida
Conselheiro Nébias. Desde então, aquela avenida teve a implantação do
canteiro central, instalação da rede áerea dos trólebus, nova
iluminação, retirada da fiação dos bondes e pavimentação asfáltica na
avenida.
No início de 1967, a avenida Conselheiro Nébias teve sua rede aérea
de trólebus instalada, inicialmente até a avenida Afonso Pena, sendo à
26 de Janeiro de 1967 inaugurada a primeira linha daquela avenida: a
linha 45 - Praça Visconde de Itaboraí (via Afonso Pena).
Em abril de 1967, com a instalação do restante da rede aérea na avenida Conselheiro Nébias, foram inauguradas as linhas 44 - Praia do Boqueirão em 11 de Abril e a linha 4, em 13 de Abril. Com a inauguração da linha 4, foi extinta a linha 54.
Em 6 de Outubro foi inaugurada a linha 40, que também seguia
pela avenida Conselheiro Nébias com destino ao Gonzaga até a Praça da
Independência. Depois o itinerário desta linha foi estendido até o
Orquidário.
Também em 1967 foi instalada a rede aérea de trólebus na Avenida
Nossa Senhora de Fátima, e estava prevista a importação de mais 25
trólebus. Porém a municipalidade optou em adquirir ônibus à diesel e a
rede aérea nunca foi utilizada, não havendo a importação de trólebus.
Apesar disso, a fiação ficou instalada por mais de quatro anos, sem uso.
No ano de 1970 a linha 44 teve seu itinerário estendido até a Praça
Coração de Maria, na Ponta da Praia. Naquele mesmo ano foi criada a
linha 43, ligando o Orquidário à Ponta da Praia. Esta linha
circulava apenas nos Domingos e Feriados e era voltada para o turista.
Em novembro, a linha 5 teve seu itinerário modificado, passando pela
Praça da Independência.
Em 1972 o trólebus de prefixo 542 foi convertido à diesel, como
protótipo, e ficou em operação durante muitos anos e, juntamente com os
demais 49 trólebus italianos percorriam as linhas. Ao fim dos anos 1970
grande parte dos trólebus saíram de operação por mau estado de
conservação.
Em 1976 foi criada a Companhia Santista de Transportes Coletivos, C.S.T.C. que substituiu o antigo S.M.T.C.
A linha 45, considerada auxiliar, foi extinta em meados de 1977.
Em 1978 as linhas 40 e 53 foram canceladas devido ao tráfego na
contramão na avenida Marechal Floriano Peixoto. Os trólebus
remanescentes foram utilizados para a criação linha 50, uma
reedição da antiga linha 54 de trólebus (Washington Luiz-Ferry Boat). Na
época já era visível a diminuição da frota pelo desgaste de peças e
pela ação do tempo.
Em 1979 iniciou-se um programa de revitalização do sistema de
trólebus, com a reforma de 25 trólebus FIAT existentes. Durante pouco
mais de três anos aos poucos os trólebus foram sendo entregues
reformados. Nesta mesma época também foram adquiridos veículos novos, da
empresa Marcopolo, no total de 7 unidades, mais um protótipo.
Com o reforço do número de trólebus em circulação, algumas linhas
canceladas anteriormente foram sendo reativadas. Em 1985 foram
reativadas as linhas 44 e também as com destino ao Orquidário, já
utilizando a rua Euclides da Cunha, evitando-se a contramão.
No final dos anos 1980, as linhas de trólebus da avenida Epitácio
Pessoa que trafegavam na contramão foram remanejadas para a avenida
Bartolomeu de Gusmão.
Em 1987 6 novos trólebus foram adquiridos, da empresa Mafersa.
Em 26 de Janeiro de 1988 a linha 20, que já operada por ônibus comuns, foi eletrificada e no mesmo dia os novos trólebus Mafersa entraram em operação.
Foi também criada uma linha expressa ligando o Orquidário ao Ferry-Boat, a linha 43.
A linha 30, que ligava o Centro ao Gonzaga, via avenida
Washington Luiz, operada por ônibus comuns também teve o reforço de
trólebus, cujo ponto final era na Praça José Bonifácio.
Foi iniciada a instalação de rede aérea para criação de uma linha de
trólebus para a Zona Noroeste, que não chegou a ser completada.
No início dos anos 1990 a C.S.T.C. começava a atravessar grave crise,
culminando com a falta de manutenção dos trólebus FIAT, e aos poucos a
frota foi se sucateando.
Em Setembro de 1993 foram convertidas para linhas de ônibus comuns as linhas 5, 8, 40, e 53.
Os trólebus deixaram a linha 4 em 1996 quando houve um leilão dos
trólebus restantes FIAT e quase todos os trólebus Marcopolo. A frota de
trólebus reduziu-se em apenas 6 trólebus Mafersa e 1 trólebus Marcopolo,
e a única linha mantida foi a linha 20.
Em 1998 a empresa Viação Piracicabana assume o transporte coletivo na
cidade, incluindo os 7 trólebus da linha 20. Em 2005, o trólebus
Marcopolo restante sai de operação, havendo 6 trólebus Mafersa.
A linha 20 é operada por 6 trólebus Mafersa e também por veículos à diesel.
Atualmente
Hoje a linha 20 de trólebus é a única linha de trólebus em operação
na cidade, com 6 trólebus destinados a operação comercial. A linha conta
também com ônibus comuns (a diesel).
Devido às obras de ampliação do Bonde Turístico, o ponto final da
Linha 20 foi deslocado da Praça Mauá para a Praça Rui Barbosa, em
setembro de 2008, já que a nova linha de bondes passará justamente por
onde era o ponto final do trólebus.
Em Outubro de 2009, depois de concluída a rede aérea dos bondes, os
trólebus da linha 20 voltaram a fazer ponto inicial na Praça Mauá
novamente.
A Ética em Primeiro Lugar!
Obras de Livre Circulação Desde Que Respeitada
Os Direitos Autorais Fotograficos de Seus Autores
Postagem de João Manoel (Equipe Litoralbus)
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